Vinhos, Nevilton e Jam Sessions

Sexta-feira foi uma noite incrível. Aliás, foi um dia todo bacana. Apesar da ressaca, causada por uma festa inesperada em casa até quatro da manhã, dei duro no estágio de tarde. Depois da labuta, peguei a Pri, Rocha e Lari e viemos todos para casa.

O Rocha havia trazido uma garrafa de Concha y Toro (cabernet sauvignon) e uma de Baileys - delicioso licor de whiskey irlandês. Resolvi então fazer um macarrão bolonhesa pro pessoal. Cozinhei, comemos, tomamos a garrafa de vinho. Abri uma minha, Santa Carolina (da mesma uva), pra continuar no espírito de alegria alcoólica. De sobremesa, as meninas prepararam uma dose de Baileys no gelo.

Saímos de casa então umas dez da noite e fomos pra casa do Pedrão, que mora literalmente atrás do Tribo's Bar - local onde iríamos mais tarde curtir os shows de Nevilton e Aerocirco. Levei uma garrafa de Brandy e mais uma Concha y Toro. Deixei o Rocha na casa dele, pois ele pegaria seu próprio carro e passei no Braga, para dar uma carona pra ele e meu irmão, Renan.

Finalmente chegamos no Pedrão e iniciamos o esquenta pro show. Coloquei o CD do Frank The Tank pra curtimos com os vinhos, relembrando os velhos tempos de country rock em Maringá no ano de 2006 e 2007. A galera foi chegando aos poucos. Esperamos o Nevilton chegar prum esquenta também, pois tinha falado pra banda por MSN que eles estavam convidados a beber um conhaque francês conosco antes do show. Bom, eles não apareceram. Aliás, deu pra ouvir a passagem de som!

Cantamos parabéns pra Lari quando deu meia-noite e, depois de um bom tempo no Pedro, saímos pro Tribo's. Chegamos lá no grau! Lembro do Rocha com a boca incrivelmente Rocha por causa do vinho. E o pior: o show do Nevilton já estava rolando - ou seja, estávamos perdendo tempo.

Nos infiltramos no meio do público e rapidamente chegamos na frente do palco.


Cara, o Nevilton, apesar de repetidamente alertar o pessoal que o repertório da noite era leve, estava endiabrado na guitarra. Mandou suas melhores músicas, com o pessoal cantando e dançando pra valer. Tiago "Lobão" também estava empolgado, com sua camisa de rótulo de Jack Daniels. O único porém foi a ausência de Fernando na bateria. Ele ficou doente e não pôde acompanhar a banda em Maringá. A banda contou com um batera substituto.

Já quase no final do show, o Nevilton me chamou de lado no microfone:
- Rafa! Quer subir aqui e tocar Hey ?
Ficaria um pouco tímido se estivesse sóbrio, mas por causa dos vinhos tintos me senti extremamente à vontade pra subir no palco com a fera. Renan também foi chamado e o palco virou "Nevilton e Zanatta's Brothers", como disse o vocalista.

Foi uma delícia tocar um dos grandes clássicos do Pixies. Pessoal do bar todo cantou. Nevilton curtiu pra caramba, e ao invés de sua vermelha guitarra, segurou um copo de conhaque - marca registrada do Rock Presidencial!

Encerrando o show, depois de muitos pedidos da galera, a banda tocou "Nas esquinas de Umuarama" e a poderosa "A Máscara". Bela apresentação duma banda que já se consolidou como um dos nomes de 2009 na música independente brasileira.

Depois foi a vez do Aerocirco, pra delírio do Rocha e da Lari, que são fãs da banda desde o primeiro CD. A banda, muito experiente e com excelentes instrumentos, diversificou o repertório com músicas dos três CDs. Apesar de não contar com o bar lotado, deu pra ver que várias pessoas estavam ali pra curtir a banda de Floripa, que conheciam bem as músicas.

Finalizando o set de 3 bandas da noite, tocou a maringaense "Hospital Doors", com músicas menos animadas e mais melódicas, contando inclusive com teclados.

Já era mais de tres da manhã, todo mundo no bar já estava tchunai (ou emocionado!), e não sei quem veio com a ideia de fazer uma Jam no palco, reunindo integrantes de todas as bandas e mais alguns convidados.

O baixista do Hospital Doors puxou então Jeremy, do Pearl Jam, com Nevilton na guitarra e vocal, outro rapaz do HD na guitarra, um rapaz da galera na bateria, eu na segunda voz e Lobão no conhaque com coca! Foi uma versão louca de 10 minutos, interminável.

Depois Nevilton puxou Alive, e passou a guitarra pra mim no meio da música. Depois, Alive virou Are You Gonna Be My Girl, que emendou com Highway to Hell, que emendou com Roadhouse Blues, que emendou com TNT, que emendou com Molly's Chamber (com o baixista do Aerocirco participando nessa), que puxou outra e outra, terminando com Lobão nos teclados (praticamente um Jerry Lee Lewis, com ele bem resumiu no twitter ontem) e uma versão extremamente embriagada de Last Night.

Foi uma loucura. Foi um fim de show de bandas autorais extremamente divertida, contando com diversas participações. Rafael da Inimitável Fábrica de Jipes subiu também com sua namorada (ou esposa, não sei), e tocou o terror no rock n' roll.

Pode ser que os donos dos equipamentos tenham ficado um pouco bravos, mas pelo menos a galera tava se divertindo com o fato de estar todo mundo tocando sem ensaiar ali, com seus copos de bebida na mão. Eu vi a cara do Juninho, dono do bar, curtindo o ACDC. Impagável.

Fomos pra casa cinco e meia da manhã.

Não fui dormir. Tomei banho, fiz um café, comi um pouco e preparei minha aula de inglês.

Acordei a Pri às sete e pouco da manhã. Sete e quarenta saímos pro centro. Estava extremamente cansado, mas mesmo assim consegui dar minha aula das 08h as 10h40min. Foi insano. Mas valeu a pena!

Foi uma noite histórica. Uma noite rock n' roll na cidade canção.

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