o fim do countdown

Infelizmente eu não consegui manter um countdown# diário, pois isso se torna impossível quando você não tem mais uma rotina, mas sim um dia mais louco que o outro, recheado de festas, despedidas, momentos emocionantes.

Esses últimos dias foram assim. E foi tanta coisa que aconteceu na última semana de trabalho, no nosso último dia de trabalho (sexta-feira), nosso último final de semana em Londres e na nossa festa de despedida (segunda-feira), que fica inatingível a tarefa de explicar pra vocês por meio de palavras e poucos parágrafos tudo o que rolou por aqui.

Eu só sei que são sentimentos estranhos. A absorcão está difícil. Convivemos por um ano com uma galera aqui (ingleses, irlandeses, poloneses, franceses, nigerianos, brasileiros, colombianos, italianos, e mundo afora) e agora fica essa sensacão estranha de: será que algum dia na minha vida eu voltarei a vê-los?

Talvez eu nunca mais verei o Matt, o keeper mais antigo do Zoo (44 anos de trabalho lá). Nunca mais cruzarei com ele e perguntarei: "You alright, mate?", sempre ouvindo a resposta "alright, mate". Nunca mais tomarei uma cerveja, celebrarei dizendo "cheers" e tenho a triste certeza de que nunca mais pegarei o violão no colo e cantarei junto Wooden Heart do Elvis.

Eu só citei um personagem dessa saga de Londres, mas são tantos outros! E são tantos momentos bacanas, daqueles de se lembrar depois de alguns anos ao ouvir certa música ou tiver algum outro momento de lembranca... Londres não é apenas uma cidade. Uma cidade não é nada além de prédios antigos, monumentos e casas. Londres é feita de pessoas. Pessoas do mundo todo, pessoas boas e más. Sorte a nossa de ter conhecido majoritariamente pessoas boas.

Eu levo pra casa a licão das conversas. Eu aprendi tanto com breves bate-papos. Eu levo pra casa o respeito ainda maior que eu tinha com outras culturas, com a diversidade, com as diferencas. Eu volto para o interior do Paraná com mais fé na humanidade, pois eu vi que sim, as pessoas se ajudam. Tá todo mundo batalhando pra algo melhor pra si mesmo, mas isso nao impede um sentimento coletivo.

Eu volto com o pé no chão, mais mente aberta. Eu tenho mais amor pela vida e definitivamente eu só sei que nada sei.

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