Shoza, obrigado pela sugestão da casa do Freud, mas eu lembrei que ela só abre de quarta-feira à domingo.
De manhã, tomei um café na varanda, contemplando o céu. O dia amanheceu lindo, lindo. Céu de brigadeiro. E um frio do peru. Vim pro quarto, peguei o violão e fiquei tocando uma melodia que há algumas semanas tem me perseguido. Rapidamente saiu a letra, e escrevi mais uma música em Londres, Outono. Ficou legal, não vejo a hora de colocar ela no som da banda em Maringá.
A Pri chegou da aula, fiz um macarrão bolonhesa e fiquei enchendo o saco pra gente sair. To cansado de ficar em casa, falta tão pouco tempo pra ir embora daqui. Não quero depois ficar emburrado, pensando: "deveria ter feito mais coisas enquanto estava na Inglaterra".
Enchi tanto o saco, que ela concordou sair. Topou ir pra Primrose Hill, mas com uma condicão: levar a toalha, travesseiros e ficar tomando sol e lendo.
Passamos na biblioteca de Swiss Cottage, porque eu não queria mais ler A Walk On The Wild Side. Apanhei tanto do livro que desisti. É triste isso, desistir dum livro, mas esse não deu. Linguagem do sul dos EUA cheia de gírias e uma história complexa, mas pouco intrigante.
Por lá peguei um livro na secão Arts e outro na secão Sciences. Music for Chameleons, do Truman Capote e Art and Literature, Freud. Fomos pra Primrose Hill, estendemos a toalha, jogamos os travesseiros e abrimos os livros e o suco de laranja. Um frio, mas um sol batalhador tentando esquentar a pele.
Music for Chameleons (1980) é um livro bacana. Na verdade, é divido em três partes. A primeira, Music for Chameleons, contém cinco short-stories. A segunda, Handvarved Coffins, contém uma non-fiction novel (A Nonfiction Account Of An American Crime), e a terceira parte, Conversational Portraits, são, como o nome diz, "retratos" feitos a partir de diálogos, incluindo um de Marilyn Monroe (que ilustra a capa, dancando com Capote - com uma cara de desajeitado incrível).
No parque, deu pra ler as duas primeiras short-stories do livro, até que chegou uma hora em que o frio era tamanho que não deu pra continuar ali. Dobramos a toalha de chão, colocamos tudo de volta na mochila e pegamos o quentinho-ônibus-vermelho de volta pra casa.
Aqui, resolvemos de vez a questão mais filhadaputa de Londres. Os bed-bugs. Faz 7 meses que estamos sendo picados quase toda a noite por esses sacanas bichinhos. E hoje, contratei um rapaz pra fazer a dedetizacão amanhã, uma da tarde. Ficamos horas e horas ensacando todas as nossas roupas e esvaziando os armários, pois tudo deve ser lavado em água quente para garantir que os ovos não ficaram nas roupas. Quero que todos morram amanhã! Sintam o veneno e morram com o meu sangue, seus escrotos!
Desculpa a empolgacão.
Éam..acho que é isso. Vou tomar um banho, ler mais um pouco e dormir. Amanhã é um grande dia, um divisor de águas. Vou dormir igual um bebê semana que vem. Não vejo a hora! Essa última semana foi um castigo, acordando a cada meia hora, cocando o corpo sem parar.
Ah! Agora a noite os termômetros marcam 4/3 graus. Como que tá o Brasil?
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