Entre Honolulu, Havana e Maringá


Renan Aurélio, o "Nanan", está de volta a sua terra natal. Depois de retornar do Havaí - onde passou cinco meses (entre 2010 e 2011) -, concluir o curso de Gestão Ambiental na Universidade Federal do Paraná e passar uma temporada em Cuba no mês de agosto, o músico de 22 anos mudou-se para Maringá para concluir seu disco e fazer uma série de shows. Após uma re-estreia em palcos avermelhados no Polo Club no último dia 13, Nanan apresenta seu novo formato de show - com uma formação mais enxuta, com o "velho" Bruno Rocha nas baquetas e músicos convidados no contrabaixo e percussão - no Dionísio Bar no próximo sábado.

A volta de Nanan, compositor da não tão nova geração maringaense (escrevo isso, pois Renan já é um nome conhecido no cenário independente local há cinco anos), foi celebrada pelos apreciadores de sua música, que aguardam o tão esperado álbum de estreia. O disco está "no forno" há quase um ano e ainda não foi concluído em razão de reformas no estúdio de gravação de Eduardo Sampaio (ouça uma versão pré-masterizada de Vai Dizer). A expectativa é que o álbum seja lançado ainda esse ano - e aviso ao leitor que as notas de guitarra foram palhetadas por minha pessoa.

Essa semana, Nanan foi entrevistado por Alexandre Gaioto (O Diário), jornalista que conhece seu trabalho e tem destacado a mistura de influências do rock com música brasileira (cf. as matérias 'Nanan mistura Pavement com tropicália' e 'Nanan une Strokes à Tropicália em show suingado'). O resultado da conversa é a matéria que reproduzo abaixo.

Nanan: entre o Havaí, Cuba e aqui, por Alexandre Gaioto

Nanan se espantou durante suas temporadas perambulando por Cuba e pelo Havaí. Suas músicas já estavam gravadas e ele percebeu que, mesmo sem conhecer esses lugares, esses lugares já estavam em suas composições. "Havia influência havaiana, dos tambores, das guitarras, havia influência de Cuba, com todo o espírito da jam session", comenta o o cantor e compositor, que se apresenta neste sábado no Dionísio, ao lado da banda Copacabana Pé Vermelho.

Durante a apresentação, Nanan solta a voz empunhando um violão e mostra sua competência, escoltado pelos músicos Bruno Rocha (bateira) e Trabuco (baixo). Além de composições próprias, que funcionam, com vigor ao vivo, os maringaenses fazem versões para Jorge Ben, Tim Maia, Lenine e Ed Motta. "Em boate, as pessoas não têm costume de contemplar o show. O público vai pela diversão. Teremos um repertório para sacudir o esqueleto, num set espirituoso", adianta.



"Nanan em apresentação em Cienfuegos, Cuba"


Em território havaiano, Nanan tocou o baile. Assumiu a residência do consagrado Hard Rock Cafe Maui, religiosamente às quintas-feiras. "Aprendi a ter o groove dos havaianos, tocando ao lado desses músicos sem ensaio, deixando a música fluir", comenta. 

O CD ainda inédito, com o título provisório de "Para te Alegrar" ou "Cubano Brasileiro" - "ainda não decidi o título" -, deve ser lançado em dezembro. "Elas já estão parcialmente mixadas. Serão dez músicas. Só falta gravar os vocais", diz. A culpa do atraso, segundo o músico, é a reforma no estúdio maringaense. "Eles estão melhorando a acústica. A diferença será muito grande. Vale a pena esperar". Entre um Tim Maia e um Lenine, Nanan sabe como dominar o público. Doses de carisma, num show descontraído, fazem da banda um dos nomes promissores na cena musical de Maringá.

Uma pena que eu não esteja em Maringá para acompanhar Nanan com uma discreta guitarra. Para quem está na Cidade Canção, fica a indicação de um show que vale a pena assistir. Talento e suingue, Nanan tem de sobra.

2 comentários:

  1. Realmente o Nanan é um talentoso músico,e pra completar, uma pessoa querida demais,adoramos recebê-lo em casa, é muita luz!

    Jaqueline, mãe dos irmãos Foroni.

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  2. "LENDO OS LIVROS!!! DA CULTURA..."

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