Todo mundo adora uma lista. Listas dão repercussão, pois falam dos melhores ou dos piores, ou falam de qualquer de coisa, depende da lista. No mais, listas influenciam opiniões de forma sutil, pois trazem opiniões pra lá de subjetivas mascaradas com um caráter objetivo.
Eu adorava as manhãs de quinta em Londres. Saía do apartamento 24 do edifício Broadfield e seguia caminhando apé pela rua Broadhurst Gardens até chegar na esquina da avenida Finchley Road, bem de frente à estação de metrô, onde recebia de um indiano o meu exemplar gratuito da ShortList, antes de atravessar a avenida e entrar no vermelho ônibus 113 em direção ao London Zoo.
"A saudosa esquina da Finchley Road Station!"
Os ingleses adoram listas. Tanto é que essa ShortList é uma revista semanal gratuita (como se fosse um tablóide gratuito) feita para homens somente com listas. Por exemplo: dez álbuns de rock para ouvir na chuva; dez lugares para ir no finados; os dez melhores creme pós-barba; os dez melhores filmes de máfia; e assim vai. Eu adorava o slogan dos caras: for men with than one thing on their minds. Genial. Entretenimento gratuito masculino.
"Capa da Short List - cheguei a fazer coleção!"
Listas de álbuns também é uma paixão britânica. Prova disso é o livro 1001 discos para ouvir antes de morrer, uma lista incrível que serve de referência para qualquer pessoa que aprecie boa música, preferencialmente rock n' roll.
Nessa onda de listas, passei as últimas duas pensando sobre os 10 melhores álbuns de 2009, tanto no Brasil quanto na gringa. Foi uma tarefa difícil. Conversei com diversas pessoas (jornalistas, músicos, ouvintes) para não cometer alguma injustiça, como ignorar algum álbum excelente que eu não tenha tido contato (e agradeço nessa oportunidade o Nevilton e o Heitor, da Banda Gentileza, por terem me falado do disco do Otto, que ouvi essa semana!). Enfim, pesquisei, ouvi e cheguei a um rascunho final da lista.
Só que ontem vi no blog da SonicFlower que a revista Q Magazine da Inglaterra lançou uma lista dos 50 melhores de 2009! Ainda bem que minha lista não bateu com a deles, senão iria parecer mero plágio. Mesmo assim, minha ideia de me antecipar para não ser influenciado por nenhuma lista foi por água abaixo.
Eu sei que estamos em Novembro e é cedo para uma lista do ano, mas a intenção é também pedagógica: mostrar aos amigos leitores o que rolou de bom até agora, restando ainda dois meses para curtir enquanto estamos em dois mil e nove. Afinal, não é tão legal descobrir um bom disco que é do ano passado. Não é a mesma emoção. E isso me ocorreu quando ouvi o Heart On do Eagles of Death Metal (valeu Gaba por ter falado desse disco!).
Enfim. A lista está quase definida. Ainda estou em dúvidas quanto aos brasileiros, em especial com relação à ordem (do número 1 ao 10). Mesmo assim, sinta-se livre para opinar enquanto a lista não sai.
"Hombre Lobo, do Eels. Um dos dez melhores da gringa, antecipando a surpresa!"
Final de semana ela tá aí. Até mais.
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