Não é segredo nenhum que a polícia de São Paulo é uma das mais violentas e repressoras do Brasil. Em fevereiro, escrevi sobre um episódio que vivi aqui na caótica capital paulista, quando a polícia atacou violentamente repórteres, vereadores e civis durante um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus para três reais. A situação foi lastimável.
Ontem a história se repetiu, desta vez com a polêmica Marcha da Maconha que foi realizada na Avenida Paulista. A Justiça havia proibido a manifestação através de uma decisão liminar prolatada pelo desembargador Teodomiro Mendez Fernandez, da 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para proibir a marcha, o desembargador Mendez usou o argumento de que o evento "não trata de um debate de ideias, apenas, mas de uma manifestação de uso público coletivo de maconha". Argumentou que o ato favoreceria "a fomentação do tráfico ilícito de drogas (crime equiparado aos hediondos)".
De última hora, os manifestantes foram obrigados a riscar a palavra "maconha" das placas e camisetas para poder se expressar sem ser preso. A ordem judicial implicava que utilizar a palavra maldita implicaria em fazer apologia ao uso e tráfico da droga.
Mas haveria mesmo a chance de ninguém dizer a palavra maconha durante um protesto que tinha por objetivo justamente ampliar o debate sobre o uso da erva (Cannabis sativa) e a real efetividade de se proibir seu uso no Brasil?
Obviamente algumas pessoas gritaram palavras de ordem com a palavra maconha. Numa delas, por exemplo, retomavam com bom humor o tema do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus (“Kassab, seu sem vergonha, o busão está mais caro que a maconha"). O resultado é esse que você aí nesse incrível vídeo da Folha de São Paulo: truculência e pancadaria para todo lado, mesmo para os profissionais da mídia trabalhando no local.
Ontem a história se repetiu, desta vez com a polêmica Marcha da Maconha que foi realizada na Avenida Paulista. A Justiça havia proibido a manifestação através de uma decisão liminar prolatada pelo desembargador Teodomiro Mendez Fernandez, da 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para proibir a marcha, o desembargador Mendez usou o argumento de que o evento "não trata de um debate de ideias, apenas, mas de uma manifestação de uso público coletivo de maconha". Argumentou que o ato favoreceria "a fomentação do tráfico ilícito de drogas (crime equiparado aos hediondos)".
De última hora, os manifestantes foram obrigados a riscar a palavra "maconha" das placas e camisetas para poder se expressar sem ser preso. A ordem judicial implicava que utilizar a palavra maldita implicaria em fazer apologia ao uso e tráfico da droga.
Mas haveria mesmo a chance de ninguém dizer a palavra maconha durante um protesto que tinha por objetivo justamente ampliar o debate sobre o uso da erva (Cannabis sativa) e a real efetividade de se proibir seu uso no Brasil?
Obviamente algumas pessoas gritaram palavras de ordem com a palavra maconha. Numa delas, por exemplo, retomavam com bom humor o tema do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus (“Kassab, seu sem vergonha, o busão está mais caro que a maconha"). O resultado é esse que você aí nesse incrível vídeo da Folha de São Paulo: truculência e pancadaria para todo lado, mesmo para os profissionais da mídia trabalhando no local.
Não dá pra entender a violência policial. Angeli, com seu humor ácido, captou bem a essência da irracionalidade ocorrida neste domingo.
A questão aqui é séria. Será mesmo que a manifestação tinha como objetivo principal a defesa do uso da droga e a apologia? Seu escopo era tão limitado? Ou será que o escopo maior é o de garantir a liberdade fundamental - creio eu que protegida pela Constituição Federal - de debater qualquer tema de forma coletiva através de uma manifestação pública?
Como disse um manifestante, na Marcha da Maconha, a maconha é só um detalhe: "O que se pede é algo bem mais amplo e que afeta quem fuma e quem não fuma: liberade de escolha e de expressão".
Bastou a pressão de setores conservadores da sociedade e uma canetada de um magistrado (curiosamente já condenado por espancamento) para que a polícia fosse legitimada a usar a força contra supostos "drogados".
Nessas horas, difícil não lembrar nos versos de Gabriel O Pensador na música "Até Quando" (A polícia só existe pra manter você na lei / Lei do silêncio, lei do mais fraco / Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco).
E aí? Até quando vamos ficar levando porrada? Até quando vamos ficar sem fazer nada?
Falando em Gabriel O Pensador, lembrei de outro trecho dele, antiquíssimo: "até quando você vai ser o prego, é melhor ser o martelo rapá!"
ResponderExcluirhahahhahhahah
abraço goiano