Escrito numa chuvosa noite de Janeiro, em Caiobá/PR.
De entrar atrasado naquela sala e me sentir ligeiramente envergonhado e em casa ao mesmo tempo;
Do ‘Bom Dia’ quase nunca retribuído pelo professor(a);
De sentir o bom perfume das meninas ao atravessar o estreito corredor;
De sentar-me no fundo da sala e observar aquela boa turma;
Do Carlão às vezes chegando mais atrasado, com aquele rosto Traquinas-inchado que só ele tem e cumprimentá-lo: ‘Bom dia, Dr. Carlos’;
De ver o sorriso-menino do Gilberto, nosso Bugila;
Dos desenhos que fazia sacaneando o Bugila;
De dizer ‘oeeeeeeeeeeeeee’ pra qualquer coisa diferente;
De acompanhar do fundo as dezenas de farras que o Albatroz, o menino-santo mais fajuto que existe (para os professores), durante uma única aula enquanto o professor não está olhando. E morrer de rir;
Do jeito juvenil (no bom sentido) do Cesinha. Das suas festas temáticas e das horas que perdia para achar as músicas da Xuxa e do Menino Maluquinho para colocar num CD;
De ver o Luiz saindo com sua mala em direção à Presidente Prudente na sexta-feira. Ou saindo para jogar Xadrez durante alguma aula que não o interessava;
Dos papos sobre música durante as aulas;
De chegar na aula com algum convidado-surpresa e sem dar explicação (Anuska, intercambista espanhola ou o Cauê, de São Paulo);
Das reuniões de formatura no Edifício Flórida (em casa), sem mesmo fazer parte dela juridicamente! E também de explicar toda reunião porque eu era o Secretário e não havia pagado nenhuma parcela;
Da pipoca e bolo gentilmente feitos pelas meninas da Comissão;
Das rendas de rifa;
Da Carla ganhando TODAS as rifas;
Das festas JURIS-alguma-coisa (JurisBeats, e outros);
Do nosso sucesso com as vendas de convites (ô turma BOA pra vender convite!);
Dos seminários quase todos mal estudados e diversas vezes improvisados;
De olhar nos olhos dos colegas enquanto fazia algum discurso e estudar a reação de cada um;
De defender o MST radicalmente e causar impacto com uma visão de esquerda. E de falar muitas coisas somente para provocar uma discussão acadêmica;
De compartilhar diversas opiniões políticas com a Aninha, grande colega;
Das respostas ingênuas (e isso não é uma crítica, mas sim um elogio - algo como a crença de Rousseau) da Michelle e da otimista visão de mundo que ela expressa;
Dos intervalos em que sentava pertinho do corredor da esquerda e conversava com a Jane, a Sara, a Carla, a Priscilla, a Soraya, a Aracê e a Thallyta, e as conhecia melhor;
Do Xaxa, que mudou de estado (PR – SC), e sua brilhante inteligência e equilíbrio;
De tentar responder as perguntas do Xaxa e encorajá-lo: ‘vai, cara, pergunta pro professor!’;
De fazer a Ju Sípole rir com as piadas e os comentários mais toscos que alguém pode fazer. E também de conversar sério sobre diversos temas, sobre os problemas do curso e até sobre os problemas da vida;
De assistir ao Gui dormir no fundão e observar sua cara de boxeador quando acorda;
De ouvir os grandes hits do grupo Processuais do Samba, na voz e batuque do Christian, Luiz, Léo e Gui;
Das peladas lá no SESC e de ouvir muito do PH quando eu assinava a lista de presença do jogo: ‘se o Zanatta for vai cair um temporal!’;
Do Léo todo vestidinho com o uniforme do Corinthians se esfolar no chão em quase toda pelada;
Das aventuras esportivas organizadas pelo Christian, como a equipe Sai Da Frente Vandi!, vencedora emérita da Maratona Vanderlei Cordeiro de Lima (fotos publicadas nesse blog podem comprovar);
Da cerveja esperta depois de cada esporte com a turma, só pra manter a barriga;
Dos churrascos bacanas na casa da Mari e sua simpatia em receber o pessoal;
De organizar o Churrasco dos Calouros com a Ju Roes e o Pop (PH). E de distribuir cheque-calção em tudo quanto é estabelecimento;
De sacanear o Christian, o Léo e o Gui com a camiseta do Internacional quando tinha jogo contra o Corinthians;
De convidar toda a turma para os shows do Frank The Tank, sabendo que pouca gente gosta de Rock alternativo, mas explicar mesmo assim onde é e quanto vai custar;
Da alegria de encontrar os colegas nos shows do Frank;
De paparicar o Samir, o chamando de Ministro. De rir com o Summer só de olhar um para a cara do outro;
De discutir cinema com o Bugila e o Sinistro;
De discutir melodia, ritmo, solo com o Crepaldi, excelente guitarrista;
De discutir literatura com o Luiz e a Michelle;
De ouvir a Carol, Ju, Monique e Mari combinando de ir no Pancadão do Nite em plena quarta-feira;
De ser convidado pela Ariadne para ir ao show do César Menotti & Fabiano ou Hugo Pena & Gabriel e gentilmente dizer que não vai dar (e omitir que eu odeio esse tipo de música sertaneja);
De discutir com a Ariadne o quanto o prof. João Paulo não é gostoso e charmoso, ao contrário do que ela pensa;
Dos papos na pontinha da sala com a Ana Paula e pedir um gole do seu Toddynho;
De ficar perdido nos trabalhos em grupo e cada hora entrar num grupo diferente;
De sentar com as meninas (Ju, Carol, Monique, Mari) num grupo de estudos durante a aula e não discutir nada da matéria e somente jogar papo bom fora;
Dos papos de ex-vizinho com a Thaisa.
Das caronas com a Monique e escutar as confusões de sua vida amorosa;
Das caronas com o Christian e discutir sobre bandas novas e sobre assuntos quaisquer;
Das caronas com o Summer e de quase morrer de rir das últimas histórias que ele tinha aprontado;
De afinar o violão da Xanda e dar um abraço para confortar a chorona e seus conflitos amorosos;
De ouvir o René reclamar como estava cansado do trabalho;
Dos belos desenhos orientais da Sara;
Dos poemas do Luiz;
Do sotaque da Aninha;
Dos catálogos da Jane;
Das balas do Thiago;
Da irritabilidade do Cesinha;
Das flores que chegavam pra Mari;
Do jeito apressado da Priscilla;
Do jeito sereno da Aracê e da Soraya;
Do estilo calça jeans e plataforma/salto da Mari, Monique, Carol e Ju;
Do estilo shorts e chinelo do Crepaldi;
Da cerveja no bar com o Carlão, PH, Samir e Gilberto;
Do chá no intervalo com a Michelle, Aninha, Xanda e Ariadne;
De todo mundo.
Vou sentir saudades.
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