Pode parecer demasiadamente profético, mas o grupo de economistas de esquerda do Global Europe Anticipation Bulletin já anunciou no seu boletim de número 54 que em meados de outubro - outono no hemisfério norte - haverá uma enorme ruptura do sistema econômico, deixando claro que a crise de 2008 foi apenas um detonador de uma verdadeira crise sistêmica (mascarada pelos especialistas das grandes potências, suponho, para evitar o pânico).
O relatório, traduzido para o português pelo portal lusitano resistir.info diz: Fundamentalmente, o processo que se desenrola sob os nossos olhos, e de que a entrada dos Estados Unidos numa era de austeridade é uma simples expressão orçamental, não é senão a sequência do apuramento dos 30 milhões de milhões de activos fantasmas que invadiram o sistema económico e financeiro mundial no fim de 2007. Se cerca da metade deles havia desaparecido durante 2009, eles em parte ressuscitaram desde então pela vontade dos grandes bancos centrais mundial e em particular pela Reserva Federal dos EUA e suas "Facilidades quantitativas 1 e 2" ("Quantitative Easings 1 e 2"). Ora, nossa equipe estima que são 20 milhões de milhões destes activos-fantasmas que se vão desvanecer em fumo a partir do Outono de 2011, e de um modo muito brutal sob o efeito conjugado das três mega-crises estado-unidenses em gestação acelerada: (i) a crise orçamental, ou como os Estados Unidos mergulham de bom grado ou à força nesta austeridade sem precedentes e vão com isso arrastar panos inteiros da economia e das finanças mundiais; (ii) a crise dos Títulos do Tesouro dos EUA, ou como a Reserva Federal atinge o "fim do caminho" encetado em 1913 e terá de enfrentar a sua falência qualquer que seja a camuflagem contabilística escolhida; (iii) a crise do dólar americano, ou como os sobressaltos da divisa dos EUA que vão caracterizar a travagem da Quantitative Easiang 2 no segundo trimestre de 2011 serão as premissas de uma desvalorização maciça (da ordem dos 30% em algumas semanas). Bancos centrais, sistema bancário mundial, fundos de pensão, multinacionais, matérias-primas, população americana, economias da zona dólar e/ou dependentes das suas trocas com os Estados Unidos, ... este é o conjunto dos operadores estruturalmente dependentes da economia dos EUA (de que o governo, o Fed e orçamento federal tornaram-se os componentes centrais), dos activos denominados em dólar ou das transacções comerciais em dólares que vão sofrer o choque frontal de 20 milhões de milhões de activos-fantasmas a pura e simplesmente desaparecerem dos seus balanços, das suas aplicações e provocando uma grande baixa nos seus rendimentos reais.
Haverá mesmo uma contração maciça do orçamento federal estadunidense?
O documento que prevê o caos está disponível aqui.
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