Enquanto nós estamos vivendo a mais tranqüila paz política e social no Brasil, o mundo está abarrotado de violência, protestos e mortes. É claro que existe uma violência velada no Brasil que todos se recusam a comentar. Violência silenciosa e cotidiana, como a que ocorre em Maringá, com as mortes dos idosos nos corredores dos hospitais públicos.
Em Bangkok, na Tailândia, protestos pacíficos contra o primeiro ministro Abhisit Vejjajiva que ocorrem desde Março transformaram-se em guerra civil neste final de semana, após a morte de dezenas de manifestantes, incluindo o assassinato do general Seh Daeng, um dos líderes do movimento conhecido como Red Shirts, ou Camisas Vermelhas, além dos milhares de civis feridos nos confrontos contra o exército tailandês.
Os manifestantes exigem que o premiê Vejjajiva deixe o cargo. Os tailandeses do grupo United Front for Democracy Againt Dictatorship (UDD) não admitem o golpe de Estado ocorrido em 2006, que derrubou do poder o Ministro Thaksin Shinawatra e colocou Abhisit Vejjajiva, com forte apoio das classe média, da elite aristocrática da Tailândia e do exército. Abshisit é considerado um ditador.
Entretanto, a crise política não é tão simples assim (vide matéria da CNN).
Thaksin também enfrentou fortes protestos entre 2001 e 2006, sob acusações de corrupção e medidas populistas. O Ministro adotou uma postura radical contra o tráfico de drogas, promovendo diversas execuções. A parte rural (e pobre) da Tailândia deu apoio às ações de Thaksin, mas seu crescente populismo começou a preocupar as elites dominantes tailandesas. Na época, o movimento dos Yellow Shirts, ou Camisas Amarelas, apoiada pela classe média e pela elite, fechou dois aeroportos em Bangkok em protestos contra o governo. Em pouco tempo, veio uma decisão da Suprema Corte Tailandesa retirando o poder the Thaksin, sem confrontos sangrentos.
Desta vez, os apoiadores do antigo Ministro copiaram a tática de protesto utilizada pelos Camisa Amarela, adaptando para a cor vermelha. Montaram uma base no centro da cidade e lá acamparam pelas últimas semanas.
Alguns grupos armados (estilingue é uma arma?) dos Camisas Vermelhas entraram em confronto com os soldados e o clima foi esquentando.
O grupo iniciou uma série de protestos no centro de Bangkok, queimando pneus, quebrando lojas e gritando palavras de ordem contra o primeiro Ministro.
A reação foi violenta, com centenas de prisões, bombas, tiros e mortes.
No dia 14, a morte do líder Seh Daeng provocou mais protestos e o governo tailandês deu o último no dia de hoje: os manifestantes devem evacuar o centro da cidade até o final da tarde.
Entretanto, os Camisas Vermelhas se recusam a sair.
A ONU se ofereceu para mediar o conflito, mas o governo negou. "Nós rejeitamos os pedidos deles de mediação da ONU (Organização das Nações Unidas). Nenhum governo tailandês jamais deixou alguém intervir nas nossas questões internas", disse o porta-voz Panitan Wattanayagorn.
O primeiro-ministro chegou a oferecer novas eleições para novembro, mas os dois lados não conseguiram chegar a um acordo.
O que se pode fazer num conflito desses? Esperar e assistir a morte de civis?
Como a mídia brasileira está tratando o assunto? Isso chega a passar no Jornal Nacional? Ou é melhor não preocupar os brasileiros com tal bobagem?
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