Abbey Road

Há quarenta anos atrás foi lançado um dos álbuns mais importantes da história da música, "Abbey Road", com a inesquecível capa de John, Paul, George e Ringo cruzando a faixa de pedestres de uma ruazinha comum no norte de Londres.

Abbey Road nunca mais foi a mesma. A esquina das ruas Abbey Road e Grove End ficou iconizada pelos fãs do mundo todo, para o ódio dos taxistas e motoristas que transitam por ali diariamente. Talvez seja a capa de álbum mais famosa de todos os tempos, ou pelo menos uma das mais lembradas.

No quesito conteúdo o álbum também é fantástico. Verdadeiramente um disco cinco estrelas. Obviamente lançado no formato de LP (Long Play), é notavelmente um álbum de duas fases, A e B.

O lado A pode ser definido como Lennon & Harrison (com exceção de Oh! Darling, que é uma homenagem de McCarteney ao rock da década de 50), com canções poderosas como Come Together, a belíssima Something (sublimação de George como compositor), a divertida Maxwell's Silver Hammer, culminando com a progressiva e bluesística I Want You (She's so Heavy), fechando com a otimista Here Comes The Sun, mais uma obra-prima de Harrison.

Fim de lado A. Lado B tem início. O lado que pode ser definido como Psicodelia & McCartney. Daí começa a loucura de Abbey Road e a genialidade deste álbum. A primeira faixa é Because, considerada como uma das melodias mais belas da história do rock, ultrapassando os vocais dos Beach Boys. Depois, começam as músicas interligadas (uma espécie de pout-pourri) You Never Give Me Your Money, Sun King, Mean Mr. Mustard, Polythene Pam, She Came In Through The Bathroom Window, Golden Slumbers, Carry that Weight e The End. Cada uma tem uma peculiaridade e é incrível ver as referências de uma música à outra. Sun King, com certeza, é a música mais pirada dos Beatles, com palavras aleatórias em inglês, espanhol, italiano e português!

Essa parte do álbum tem que ser ouvida em sua totalidade. Seria um crime ouvir as MP3 no seu winamp de forma diferente da disposição do álbum.

Pessoalmente, acho Golden Slumbers/Carry That Weight/The End a parte mais incrível do álbum. Sem querer desmerecer John Lennon, mas McCartney conseguiu impor sua personalidade com mais força neste álbum. O vocal é completamente afinado, com belos toques de piano e orquestração.

Por coincidência, hoje ouvi pela primeira vez uma versão da Elis Regina desta música, enquanto dirigia de volta para Maringá.

Bom, pessoalmente Abbey Road é um álbum muito marcante. Não só pela música em si, mas pelo fato de eu ter morado próximo do Abbey Studio e da lendária rua lá em Londres. O postcode da rua é NW8, enquanto o da minha rua era NW6. Era uns quinze minutos a pé. E isso é muito perto quando se considera a imensidão da capital inglesa.

Além disso, Abbey Road me lembra bons momentos por lá. Um deles foi a visita da minha mãe em Londres, quando fui com a Pri mostrar como era a rua. Foi na segunda semana de agosto, exatamente no mesmo período que a foto foi tirada (segundo os registros, foi batida no dia 8 e agosto). Era verão, eu estava de férias e tudo estava bem. Foram bons momentos.

Depois das 08h imitar a foto é impossível!

A segunda lembrança forte que tenho é de Dezembro do ano passado, quando a Dayah, amiga de colégio minha que morava em Portugal, foi até Londres e nós nos reencontramos bem na Abbey Road. Estava uma baita correria de final de ano, mas mesmo assim nós divertimos por algumas boas horas. O dia foi até registrado aqui no blog.

Eu e Dayah, Abbey Road Studios.

Enfim, Abbey Road é fantástico. Disco obrigatório em qualquer discografia. Um disco muito atual. Uma obra-prima da cultura popular e da história do rock.

Acredito que não só os ingleses celebraram os 40 anos deste disco, mas o mundo todo abriu um sorriso ao lembrar do quão mágica foi esta banda chamada The Beatles.