OS 21 ANOS

Caramba, quanta demonstracão de carinho e amor nesse aniversário!

Mesmo distante, me senti como tivesse dando um abraco em todas as pessoas que mandaram os parabéns. Obrigado pelos e-mails, pai, mãe, Renan, Silvinha. É tanto elogio que eu não consigo nem absorver direito. Obrigado pelos posts, Rochinha, Rannah, Nanã de novo, Babi (que mensagem especial, vou lembrar pra sempre). Obrigado mocada do orkut, pelas centenas de recados, eu li cada um e pensei em cada pessoa, qualquer momento vivido juntos, todos os sorrisos, toda essa alegria conjunta de viver.

Eu to com saudades de todo mundo. Dos pretos (Xexela, Pedrão, Cauê, Giuseppe - falei com o tréxi no aniversário! Liguei pra dar os parabéns atrasado e batemos um papo legal), das meninas (Vane, Babi, Lari, Camilinha), as meninas do Marista, toda a galera da turma de Direito, todo o pessoal do D-34, os veteranos tchunais (Marcão, Murad, Zé, e assim vai), galera do nobel, galera da UEM, do movimento estudantil, dos músicos independentes de Maringá, do Shoza e da Ana, da família Zanatta, da família Ferreira, da família Borba, do Cesão (talvez o sogro mais louco de todos os tempos), dos amigos do meu irmão que se tornaram grandes amigos como o Braguinha (vai Draga!), Bruninho (meu poeta-irmão), o Corvo, e toda a galera insana do Nobel, putz, é tanta gente especial e é difícil fazer vocês acreditarem o tanto que eu penso nas pessoas. Porque eu já disse no meu aniversário de 18 anos, eu disse e eu digo de novo, eu não sou nada além de todas as pessoas que entraram na minha vida, de todas as acões e consequências, dos lugares que eu fui, dos livros, dos filmes, das músicas. Eu sou quem eu sou por causa de todo mundo. Eu sou um grande blocão de Lego, construído com todas as pecas que são vocês.

Agora deixa eu falar da festa de aniversário que rolou por aqui. A festa surpresa.

Como estamos na Inglaterra, o local não poderia ser outro: num pub. Mas não foi em qualquer pub cheio de gente, foi no London Zoo Social Pub - o famigerado pub pra funcionários do Zoo, que eu já mencionei aqui em diversas oportunidades.

Chuguei lá as 19h00 com a Pri, todo arrumadinho (com meu blazer! eu tenho um blazer agora! HAHAHA) e me deparei com uma mesa com bolinhos, doces, aperitivos, e o sorriso do Rodolfo, Marília, Edvaldo (tio Ed!), Richard, Nerso e Vini. Pouca gente, mas é a galera que tá muito próxima aqui. Principalmente o Rodolfo e a Marília, nossos primeiros amigos em Londres.

E você não sabe o que os filhosdaputa aprontaram pra mim. Me vendaram os olhos e quando eu abri, eu dei de cara com o meu sonho de consumo nesses 8 anos tocando guitarra: uma Fender Stratocaster Olympic-White (cor creme claro). Caramba, essa guitarra não precisa nem ser tocada, ela manda o som sozinha! É o modelo mais básico e tradicional, modelo Strato de 50/60. Ela é básica, tem um som excelente, e é a guitarra mais copiada na industria de instrumentos. A minha velha Strinberg Strat é praticamente uma tentativa de ser uma Fender Stratocaster. Eu não vou entrar em detalhes técnicos aqui, senão vai ficar chato, mas eu posso dizer que essa guitarra vai tocar muito em Maringá nos próximos anos. Se preparem, minha ambicão tá muito grande. Bruninho, Michel, Rocha..me esperem, meus caros.

Depois da grande surpresa, o Jim (barman, dono do buteco, e FAZ-TUDO no zoológico - o cara é uma lenda e merece um posto somente pra ele) mandou uma rodada de tequila na mesa de graca. Oito shots. Mas a Má e o Rodolfo não bebem, então tive que mandar uma dupla, e o Vini outra.

Os pints iam rolando (se você não sabe o que é pint ainda, é uma medida utilizada na inglaterra oficialmente pra bebidas, cada copo tem mais de 500ml e é a coisa mais linda e perigosa do mundo). Comecei a jogar um dominó maneiro com o Richard e o Nerso e pedi pro Jim tirar aquela merda de Robbie Willians que tava rolando e colocar um CD meu, já que era meu aniversário. Entreguei pra ele o Prolonging The Magic do Cake e tudo ficou perfeito. Os amigos no pub, o dominó rolando na mesa, dando muita risada, o Cake rolando no bar inteiro, todo mundo se divertindo, Vini e Ed jogando sinuca, Pri e Má conversando e comendo doce.

Cortei o bolo e o Richard deu a idéia: "pô brother (ele é carioca), bora no balcão toma um whisky". Simbora. Cheguei no balcão e pedi pro Jim:
-Hey Jim, please, give us a Scotch.
-Do you want a good one or just shit Scotch? (pergunta tendenciosa)
-A good one. What do you recommed?
-This one.
Não consegui olhar o rótulo, porque tava longe e de ponta cabeca.
-This is the best one, real Scoth, ten years old.

Tomei uma rodada com o Richard e com o Nersu. As três doses saíram £ 4,50. Com certeza o Jim tava trapaceando (pro nosso bem). O Whisky era tão bom que tivemos que tomar outro. E mais outro. 3 doses.

Voltamos pra mesa, e mais cerveja. Mais risada, mais papo. Voltamos pro balcão e comecei a conversar sobre instrumentos com o Jim. Ele já teve 3 Fender Stratocaster de 1956/58. Vendeu cada instrumento por £ 3.000,00. O cara é um homem de negócios nato. Comprou cada um por £ 2.000,00. Depois disso ele me perguntou se eu entendia de violinos. Eu disse que só o básico. Então ele falou que ele era um homem que valia 3 milhões de libras. Desceu no porão do pub e trouxe um violinho, numa caixa de madeira que mais parecia um caixão. Muito, mas muito antigo. Ele abriu, um violino sem cordas, perfeitamente talhado e muito velho. Uma raridade, com certeza. Ele pediu pra eu olhar na fenda do corpo de madeira. Olhei. E li, bêbado: Stradivarius, 1769. Caralho! Inacreditável!

O Jim comecou então a discussão, pois não sabia se aquele era um Stradivarius original ou não. Ele disse que os italianos quando migraram pra Nova Iorque na década de 20, pra levantar dinheiro pra máfia italiana em Nova Iorque, comecaram a produzir violinos e colar um adesivo dentro do violino, Stradivarius, 1700 e alguma coisa. Ele vivia então num dilema, ele pode ser um homem que tem um instrumento de 3 milhões ou de 3 mil. Eu não sei como o Jim comprou esse violino, mas ele é um cara que compra e vende relíquias. Eu sei que as chances de ele ter um Stradivarius são pífias, mas imagina se é mesmo uma merda dum Stradivarius? Me lembrou até O Xangô de Baker Street. HAHAHAHA. Coincidência não? Eu aqui em Londres, morando perto da Baker Street, vendo um Stradivarius num pub, sendo que li o livro do Jô.

Durante esse papo louco todo, o Jim chutou o balde e deu uma garrafa de tequila pela metade no balcão: happy birthday, you're a good man.

Tomei mais duas doses e do resto não lembro muito bem. Tava rolando uma bluesera violenta no pub, todo mundo curtindo, embreagados, na maior farra.

As 23h00, como tradicão, saímos do pub e viemos dormir. Reza a lenda que o Vini ainda fez uma pizza. Eu vi alguns vídeos. Fiquei num estado deplorável.

Mas a festa foi memorável. Rolou mais coisas, mas é difícil escrever tudo.

No outro dia acordei e olhei a Fender no sofá. Parece piada. Nunca sonhava ganhar um presente assim. Isso é loucura da parte da Pri, do Vini e do Rodolfo. Mas eu me senti muito honrado. Obrigado, galera, vocês são muito especiais mesmo.

Obrigado Pri, por tudo isso. Você é uma parceira fora-de-série. Te amo muito.

Amo muito vocês todos. Me sinto muito amado e não tenho vergonha de dizer isso. E é esse amor que me mantem vivo todos os dias. Que me inspira, que me deixa de bom-humor.

Um forte abraco.

Depois desse porre entrei numa dieta disciplina, vou ficar um mês sem pegar pesado no álcool e não comer porcarias cheia de massa e gordura. To precisando dar uma limpada! :)

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